Uma confusão mental,
já que a certeza era tanta,
um pensar em parar mas continuar andando,
uma decisão de não erguer o braço para dar um boa noite,
e os intermináveis minutos de espera.
Dai foi como saber que a lua estava ali,
ou o sol em todo o seu clarão apagado,
ou o doce que a criança pobre olha sabendo ser distante,
ou miragem na total seca do deserto.
Sobraram palavras,
mas não queríamos falar,
e olhares distantes,
e nossa mente imaginando o que imaginavam.
Voltei sorrindo no meio de minha tristeza toda,
e imaginando tuas mãos a percorrer o meu corpo,
cansado e suado e carente de seu toque,
e sentindo na memória a tua boca,
molhada e atrevida e macia
e o teu cheiro o teu mesmo da pele,
delicada e pontuada e misteriosa.
Quis fazer então minhas palavras
para ver se nossas bocas se juntavam
em algo meio Chico ou Caetano,
ou até como se fora eu cigano,
neste corpo que ainda conhecerei bem.
Sou menino.
Nessun commento:
Posta un commento