Foi o meu certeiro tom... Uma tonalidade de voz, que somente ao pé do teu ouvido direito surge. E falei as palavras que ninguém havia te dito, na língua estranha para o todo e como as tuas cavidades ecoavam o mais forte grito tomei-te aos braços, entre os nossos sussurares todos, e já não queria o teu abraço amigo, já que nossas bocas trocavam a mágica toda, e assim já não sentíamos o corpo, que clamava por respirar por todos os poros.
Nos espelhados reflexos os teus cabelos pareciam luz, que minhas incendiadas mãos possuiam. Teu corpo pouco a pouco foi se libertando das amarras todas, e deslizei-o, com o peso diferente que minhas mãos agora tinham, eras meu instrumento, e pouco a pouco te possuia. Nunca vais recordar de passos, eles sequer existiram e já estavas inerte na inteira cama completa de nossas histórias, e o mundo parado silenciou nossos lábios. Assim, quis marcar minha história contigo, já não sentindo teus lábios, mas lentamente as partes inteiras, de teu corpo sedento. Minha língua te percorria por inteiro e cada toque te trazia uma diferente sensação, em repleta desarmonia, e o único pacto era que não se movimentasse nenhuma das tuas entranhas, e evitei por fim a obviedade... Já não suportavas o silêncio. E então entre os segredos que escondes, te descobri. O tempo parecia me dizer que eras a primeira. Eu um iniciante, pela falta da respiração necessária aos sentidos. Movi-me entre todas as velocidades, e por inúmeras vezes me senti um marginal que sentia os teus gostos que soavam como se fossem a tua verdade. Aos poucos fui deixando de lado os sabores para buscar tua boca... Como se transforma a química quando já não somos comandados pela razão! Minhas mãos ergueram seus braços e nossos dedos entrelaçados diziam: eis a certa hora. Fomos um por muito tempo, entre sussuros já gemidos, até que perdemos o controle de quem somos, em uma união mais do que nunca frutífera. Assim, só assim a vida é gerada, quando nossos suores e líquidos se misturam e o coração diz: fica aqui comigo, para que o tempo sempre volte a parar.
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