30.4.06
Constatações do último texto de Abril...
Nesses seis meses dessa história nossa, que é tão só minha, a alegria de palavras trocadas e do meu tempo,ainda parado,mas que não espera.Gosto de você exclamativa assim,mas talvez me engane em relação,aos sentimentos,mas espero que o seu sorriso, seja sempre assim, exclamativo.Tanto, tanto, que tiraria da minha marca,as interrogações e as reticências,só para preencher,o lugar deixado por exclamações,sem fim...O que era só uma frase, virou sei lá o que, só para marcar a data, tão feliz, que me fez viver novamente,embora eu prometa sempre para mim mesmo,não mais viver de amor.
Cantando a vida.
Agora eu canto. Sento em um lugar qualquer e canto. Uma música que se chama vida.Música com final determinado. Estou morrendo. E os cantos futuros que minha voz já passada cantará, não se podem, ouvir...Agora eu canto.Fui mulher muito cedo, forçadamente.Ninguém perguntou se eu queria ou não ser mulher. A grosseria abriu minha alma, e partiu-me em duas. Lágrimas nem eram necessárias. Duas somente. Para marcar a minha história de uma vez por todas.Depois que fiquei mulher. Nunca senti o que chamavam prazer. Amor? Passou longe de mim.Tive todos os homens que queria. Bastava um sinal. Era uma mulher linda. Elegante, alta, e bem cuidada.Algumas me chamavam: Puta. Eu sabia que era inveja. Nenhuma das mulheres da minha vizinhança era atendida por um sinal. Não tive filhos. Graças a Deus. Cheguei a pensar em ter algum fedelho. Mas não. Queria a minha liberdade inteira. Ser livre, foi a melhor coisa que fiz. Por isso hoje canto.Propostas de casamentos, não faltaram... Nãos, também não.Cama e adeus.Oi e cama.Mas nada mais sério que isso.Até que cheguei a conclusão de que não queria cama. Não sentia prazer. Quer cama? O não trocou de lugar, e sempre andava sozinho, em uma frase de uma palavra só e monosílabica.Tinha uma vida, simples e completa.Sem televisão, em um apartamento que recebi de herança, geladeira farta de besteiras, jornais chegando todos os dias e amontoados em um canto, de minha sala, trinta anos sem nova pintura, um gato, tão velho e preguiçoso quanto eu, telefone daqueles que rodamos o dedo, banheiro com bidê... Tudo simples, simples, e sem necessidade de limpezas profundas. Uma vez por mês, uma Maria qualquer aparecia e reclamava o dia inteiro para as paredes, já que eu saia, rapidamente, sem cumprimentar, deixando o dinheiro, em um envelope por lá.Voltava tarde, e para mim, tudo estava na mesma...Não amava nem odiava minha casa. Mas não usava a palavra: lar.Na verdade fugi toda a minha vida de sentimentalismos baratos, de amores, de sorrisos, de piedades.Nunca frequentei médicos. Medicava-me sozinha. Chás, comprimidos, novidades das drogarias.Talvez por isso dores fugiam de mim.Só sentia que meus passos estavam lentos, e já contava até seis para levantar.Minhas contas de telefone, sempre zeradas. Ninguém me ligava, e raramente atendia um engano, nunca sendo simpática.Frequentava a praia. A mesma barraca de frutas. O mesmo restaurante. O mesmo supermercado. A mesma compra sempre. Um bom termo para resumir minha vida, que agora se acaba, e agora eu canto...Canto o mesmo canto. Nesta vida mesma. Que terá o mesmo fim. Que a vida de qualquer ser. Estou indo, e que fiquem na mesma vida, aqueles que viverão ainda.Cuidem do gato... Há, o nome dele? Gato. Ou mesminho, única fórmula de carinho que eu mesma criei.Adeus, mesmice.
29.4.06
Papai
Hoje vagarosamente, ajoelhei-me no nada, na barriga imaginária da amada, para cantar os cantos todos que conhecia, diante da criança que um dia, chamaria estridente e de alta voz,ao invés de meu nome e título, a doce palavra:Pai.Vontade de ser pai passa?Responda-me, o meu coração agora é preso a esta amargura...
Coisas da Língua....
Loirava, morenava, ruivava, negrava,brasileirava, europeizava, africava, asiaticava,só porque queria fazer de adjetivos,verbos,já que o verbo em sí, AMAR,nunca conseguia afirmativamente,conjugar.
Constatações.
Lembro de você tão menos agora,(dando o braço a torcer)comprovando a sua tática certa,chamada cruelmente de,distância.E se a dilatação também de certa forma,me envolve,talvez nem pelos mesmos caminhos, passemos...Mas algumas horas do dia, são fatais para o coração,(ainda bem que nem te dei um beijo)como a noite, vazia diante do computador sem dizer,oi!!!Abrir a carteira é um problema,nela está escrito por mim o poema, que tirou lágrimas dos meus olhos,e me fez sorrir,gratidão e eternidade.Como eu errei...Fui, e você nem percebeu,outro, sempre que estava diante,de você,fazendo gestos, poses, atos, que não fazem parte de meu cotidiano,um erro.Quanto esforço,mas o amor,tudo recompensa.E o seu nome que meus amigos decoraram,serve agora para que perguntem de você,eles trazem a lembrança ao coração, durante o dia, em momentos que me distraia, tirando minha atenção,deste amor.Ou a música que o dedo tenta não clicar, no meu pc,e o vento, e o vôo, e a dança,são você.Fora isso, o teu o colorido vai se apagando, mas resta o carinho,naquele lugar que repito,é todo marrom,para que o azul celeste de teus olhos,eternos,fiquem sempre resguardados na memória,deste tolo, que te amou, te ama, e não sabe o que acontecerá,amanhã.
27.4.06
Até Pensei - Chico Buarque - Letra e Composição...
Junto à minha rua havia um bosque Que um muro alto proibia Lá todo balão caia, toda maçã nascia E o dono do bosque nem via Do lado de lá tanta aventura E eu a espreitar na noite escura A dedilhar essa modinha A felicidade morava tão vizinha Que, de tolo, até pensei que fosse minha Junto a mim morava a minha amada Com olhos claros como o dia Lá o meu olhar vivia De sonho e fantasia E a dona dos olhos nem via Do lado de lá tanta ventura E eu a esperar pela ternura Que a enganar nunca me vinha Eu andava pobre, tão pobre de carinho Que, de tolo, até pensei que fosses minha Toda a dor da vida me ensinou essa modinha
Siga as instruções...
LEIA FRENETICAMENTE.Lembra quando a gente gritava derrepente: mãe acabei?Lembra quando a gente sentava no balance e balançava e parecia ser dono do mundo?Lembra da mão do seu pai na sua a te ensinar o caminho da vida?Lembra da escola, das professoras, do cheiro de toddy morno na hora do lanche?Lembra da perua escolar, da vovó e do vovô, e dos apertos na bochecha?Lembra da primeira namorada, do primeiro beijo, do coração de criança apavorada?Lembra quando você se perdeu no supermercado tão pequeno e chorou, dando a mão a um desconhecido qualquer, para que ele ajudasse a achar a mamãe?Lembra quando a mãe gritava: para de brincar e vem comer?Lembra do seu nome exclamado e da sensação de fracasso quando te chamavam no meio da brincadeira para tomar banho?Lembra do primeiro choque na tomada?Lembra dos aniversários cheios de crianças que queriam estar no seu lugar, mesmo que tivessem acabado de fazer aniversário outro dia?Lembra da adolescência e da curiosidade de saber o que as amigas tinham por debaixo da roupa?Lembra do toque, do sorriso, da vontade de chorar, da música que era dedicada a ela, da televisão ligada, da nota vermelha, da suspensão, do braço quebrado, da bicicleta, e dos passeios às escondidas?LEIA VAGAROSAMENTE:P O S S O T E D I Z E R U M A C O I S A?A C A B O U
Só sou.
No sol, no frio,no vento, na chuva,na neve, no raio, solidão.Eu sozinho aqui,esperando,o inesperado da vida,cumprindo minha função,de estar, e ser, solidão.Ainda bem que não tenho,coração de gente,porque assim, somente,a solidão eu não,sofro.Sou somente banco,longe de mim ser gente,e vir em estado deprimente,me alojar aqui,fingindo ter braços,um ser, banco, que sequer tem, coração.
26.4.06
Realidade do poeta...
É na hora da cama, que o lirismo de um poeta, se manifesta, e as mãos que escreveram, se tornam mãos que tocam,as curvas todas, de uma mulher, para fazer-se ouvir nos gemidos, a verdadeira poesia de um,ser.Maldito teste que nos faz tão pequenos. Se não sou bom amante, toda a poesia, o lirismo, as inspirações, torna-me mais um...
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