Todos os pensamentos que se tem distante dele são pequenos. Eu mesmo, diante da agora temida realidade, sinto-me pequeno. Passivo a toda a história, virei platéia e saí do controle da situação.
Há, o leito de hospital é sim a derradeira esperança.
Observo os movimentos todos. O entra e sai das equipes revezadas de médicos e enfermeiros. As faces diante do medicamento que já não faz efeito. Ou o sorriso velado de quem pensa não querer passar pela mesma coisa.
Adormeço. Parece que minha lucidez é algo insano. Como posso dormir e perceber tudo? Onde estou? É esta a pergunta que me faço silenciosamente a todo momento.
Acordo. Observo então os cheiros. Éter, produtos de limpeza ou um banheiro que sempre parece precisar ser limpo. Cheiro de comida... Se eu pudesse andar veria exatamente que a ideia de estar perto da cozinha é verdadeira. Quantos cheiros.
Adormeço. E distante de meu corpo visito minha casa, a atual, a antiga, a dos meus pais. Escuto vozes que chamam meu nome, ou apelidos que talvez um dia tenham sido carinhosos.
Acordo. E sinto mãos e abrindo lentamente os olhos vejo rostos que conheço, mas ao mesmo tempo não. Me dão a mão, forçam sorrisos animadores, uma delas corre, por não aguentar ver, penso que a mim, assim. A pior hora do dia chega e então tenho que quase por força sentir sabores que não existem. Quero voltar a dormir. Quero parar de acordar.
Dois sangramentos... Um vermelho e outro transparente não me abandonam.
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