venerdì, dicembre 15, 2006

Agenda - Jornal Metropole 16/12/2006

Sempre espero o final de ano para ganhar uma agenda. Por outro lado, acabo sempre encantado por alguma e pago pelo preço sem achar ruim. Antecipei-me muito, e acabei por comprar em novembro a agenda de 2007. Folheei suas páginas em branco, pensando na vida, e nas incertezas do próximo ano. É sempre assim. De nada temos certezas. Agendas são um lugar de esperança. Antecipamos-nos, mas no fundo, é só a esperança que nos faz marcar compromissos, datas importantes, aniversários, endereços...
Mas não pode ser diferente, não é?
Pois é. Por antecipar-me, acabei por ter que dias depois perder toda uma página, uma das minhas preferidas, na qual todos fazemos letra bonita: Dados pessoais.
Tive que mudar de endereço rapidamente. E agora?
Fiquei com a agenda novinha, inutilizada, por ter trocado de endereço.
Mas afinal, como eu falava de esperanças, eis uma desesperança, ou simplesmente uma “providência”, divina. Aliais qualquer dia desses, escrevo sobre a “providência”, que todo mundo chama de coincidência.
Então agora, tenho um problema nas mãos. Uma agenda sem meus dados pessoais. E o gosto que tive ao comprá-la, totalmente desfeito por não poder mais utilizá-la.
Agendas se parecem com a nossa alma. Mas as minhas jogo fora... Já que alcanço minhas esperanças todo ano...
Acabo pendendo para as eletrônicas, será? Ser pós moderno, um presente com chip, talvez? Um anúncio tem dito... Presente de Natal só com chip...
Acabo por querer uma agenda de papel mesmo... Assim calígrafo minha história pouco a pouco.

Nessun commento: